Natal em Portugal Portugal é um país bem pequeno em dimensão mas grande em tradições e costumes e o Natal é um grande exemplo disso, sendo a época festiva mais importante para os portugueses é grandiosa em hábitos e tradições por todo o país. Em comum há a solidariedade, o amor, a prosperidade e a magia que se vive nesta altura do ano... 19 dez 2022 min de leitura Portugal é um país bem pequeno em dimensão mas grande em tradições e costumes e o Natal é um grande exemplo disso, sendo a época festiva mais importante para os portugueses é grandiosa em hábitos e tradições por todo o país. Em comum há a solidariedade, o amor, a prosperidade e a magia que se vive nesta altura do ano espalhadas um pouco por cada casa. Mas para além disso há tradições que são partilhadas por todos os portugueses onde a árvore de Natal e o presépio são elementos que não podem faltar tal como as luzes que iluminam casas e ruas um pouco por todo o país. Como se comemora o Natal em Portugal? Para os portugueses o Natal é sinónimo de família, por isso nesta festa todos se reúnem no dia 24 (dia de consoada) juto da família e de alguns amigos mais próximos. O clima frio é propício à reunião junto à lareira como muitos portugueses têm origem nas aldeias geralmente reúnem-se nesses locais para celebrar. Essa celebração tem dois ingredientes fundamentais, a mesa farta de doces e iguarias e a troca de prendas e é aqui que começamos a ver as diferenças de costumes de todo o país. Na região norte o prato principal é dividido entre o bacalhau e o polvo na noite de 24, sempre acompanhados com batatas e couves. No dia seguinte come-se roupa velha que é composta pelas lascas de bacalhau, couves e as batatas que sobram do dia anterior, juntamente com cabrito ou borrego. A zona de Lisboa é caracterizada por reunir um conjunto de receitas típicas de todo o país, trazidas pelo fluxo migratório do século XX. Podemos mesmo assim destacar o bacalhau e o peru no dia da consoada e o lombo e o cabrito no dia 25. Na mesa dos alentejanos a grande diferença vê-se no almoço de dia 25 onde o rei é o galo assim como no Algarve, onde se come em muitas casas para além do típico bacalhau galo de cabidela. Segundo a tradição portuguesa de norte a sul do país a mesa de Natal não pode ser retirada, então depois dos pratos da noite de 24 os doces permanecem na mesa até dia 25. Os doces típicos mais comuns são as rabanadas, as filhoses, os sonhos e o bolo-rei. A troca de presentes também é diferente de casa para casa, numas trocam-se prendas à meia-noite de dia 24 trazidas pelo senhor com uns quilinhos a mais bem conhecido entre miúdos e graúdos. O Pai Natal nasceu num anúncio da coca-cola, mas para os portugueses este senhor nasceu no polo norte e é o responsável por trazer os presentes pela lareira ou janela, dependendo da configuração das casas, às crianças bem-comportadas. Este é também um grande ajudante dos pais, durante esta época do ano onde muitos utilizam-no como moeda de troca para os filhos se portarem bem (é usual ouvir-se “se te portas mal o Pai Natal não te traz prendas”). Noutras famílias a troca de prendas acontece na manhã de dia 25, neste caso são trazidas pelo menino Jesus para as crianças merecedoras. Sendo um país maioritariamente cristão muitas famílias depois de jantar juntam-se na igreja para assistir à missa do galo. Por esse motivo nas ilhas o jantar da consoada é mais leve onde é tradição comer-se canja de galinha com arroz. O Natal é levado muito a sério por terras lusitanas mas há costumes que são específicos de cada região e só quem passa lá o Natal os pode vivenciar. Por exemplo em Trás-os-Montes os Caretos de Varge fazem parte da festa dos rapazes que celebram o solstício de inverno e é uma experiência quase espiritual. Homens mascarados, denominados caretos, espalham a desordem na aldeia de Varge, chocalhando as mulheres simbolizando esse ato o regresso à terra fecunda. Na cidade de Braga não há Natal sem Bananeiro. Uma das tradições preferidas dos bracarenses começou há cerca de 40 anos atrás quando os comerciantes da Rua do Souto se decidiram reunir à porta da Casa das Bananas, ao final da tarde do dia 24 de dezembro, com o objetivo de desejar “boas festas” a conhecidos e desconhecidos, acompanhados de um cálice de vinho moscatel e uma banana. O hábito de “comer uma banana e beber um banano” passou de um momento de convívio de um grupo restrito de amigos e clientes e tornou-se um ponto de encontro de todos os bracarenses na véspera do dia de Natal. Hoje em dia, nas tardes do dia 24 de dezembro a rua é invadida por milhares de pessoas para cumprir com o ritual. No interior do país, o Natal é marcado pela cerimónia da queima do Cepo durante a noite do dia 24 de dezembro. O cepo ou madeiro consiste numa grande fogueira que é feita normalmente no adro da igreja, onde a população se reúne depois da Missa do Galo. A fogueira mantém-se ativa toda a noite até que se apague sozinha. Como se pode constatar, embora Portugal nos últimos anos tenha sido um destino de muitos emigrantes mantem as suas raízes e tradições tentando incuti-las aos mais novos para que estas perdurem. Embora os costumes sejam diferentes em todas as casas, o espírito natalício dos portugueses permane-se inalterado ano após ano. Todos temos o coração mais doce, mais solidário, onde o amor e a partilha são as peças chaves desta altura do ano. Autora: Cláudia Ferreira Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado