NOVIDADES Refletir sobre o progresso: Dia Internacional da Mulher O Dia Internacional da Mulher serve também outro propósito crítico: a reflexão. É um dia para honrar os sacrifícios e vitórias das mulheres que vieram antes de nós. Os seus esforços lançaram as bases para uma sociedade onde as mulheres são reconhecidas como iguais, não só como contribuidoras, mas também como líderes e... 08 mar 2025 3 min de leitura O Dia Internacional da Mulher, celebrado anualmente em 8 de março, é muito mais do que um dia de flores, chocolates ou elogios. É uma ocasião significativa para refletir sobre as lutas e triunfos históricos que moldaram a igualdade de género e para celebrar os progressos alcançados até agora. As origens deste dia remontam a mais de 600 anos dos primeiros apelos à igualdade. A luta pela paridade de gênero ganhou força durante o século 18, quando surgiram movimentos em defesa da liberdade e da igualdade. As mulheres começaram a exigir uma participação ativa na sociedade, na economia e na política, com o sufrágio a tornar-se a pedra angular da sua batalha. Ganhar o direito de voto significou ganhar voz e influência sobre as decisões que moldaram as suas vidas e comunidades. A Nova Zelândia foi o primeiro país a conceder às mulheres o direito de voto, em 1893. Na Europa, a Inglaterra desempenhou um papel fundamental, embora só depois da Primeira Guerra Mundial, em 1918, as mulheres britânicas tenham garantido o sufrágio. Em Portugal, este direito foi duramente conquistado. A primeira portuguesa a votar, Carolina Beatriz Ângelo, conseguiu-o aproveitando uma brecha legal em 1911. Como viúva alfabetizada e chefe de família, ela argumentou com sucesso no tribunal, fazendo história. No entanto, só em 1931 é que as mulheres portuguesas obtiveram direito de voto e, mesmo assim, apenas as que eram chefes de família. O verdadeiro sufrágio para todas as mulheres em Portugal só veio depois da Revolução dos Cravos, em 1974, com a Constituição de 1976 a garantir finalmente a igualdade de género nos direitos políticos. Refletir sobre essa linha do tempo revela o quão recentes são essas mudanças. Para muitas mulheres, o direito de votar e participar equitativamente na sociedade é hoje dado como certo, mas foi uma batalha árdua que exigiu imensa coragem e persistência. O Dia Internacional da Mulher serve também outro propósito crítico: a reflexão. É um dia para honrar os sacrifícios e vitórias das mulheres que vieram antes de nós. Os seus esforços lançaram as bases para uma sociedade onde as mulheres são reconhecidas como iguais, não só como contribuidoras, mas também como líderes e inovadoras. Hoje, as mulheres ocupam papéis de destaque na política, nos negócios e no esporte. Um marco recente em Portugal evidencia este progresso – a 22 de fevereiro de 2023, a seleção portuguesa de futebol feminino qualificou-se pela primeira vez para o Campeonato do Mundo de Futebol Feminino da FIFA, quebrando barreiras e provando que o futebol, como muitos campos, já não é uma arena dominada por homens. Como mulher e mãe de duas filhas, sinto imensa gratidão por viver numa época em que as mulheres têm a liberdade de perseguir os seus sonhos, tomar as suas próprias decisões e contribuir para a sociedade como iguais. O Dia Internacional da Mulher é uma celebração destas liberdades e um lembrete para continuar a lutar por um mundo onde todas as raparigas possam sonhar, alcançar e prosperar sem limites. Por Claudia Ferreira NOVIDADES Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado