Arquitetura pós pandemia

Ao longo de todos os tempos, e por diversas razões, a arquitetura transformou-se de modo a tornar físico tudo aquilo que conhecemos como história.

Nos últimos 2000 anos, percebemos o quanto arquitetura se adapta, seja pela forma construtiva abandonando os grandes blocos de pedra e adotando forma e materiais mais leves, seja pelas necessidades climáticas onde estas mudanças requerem um novo modelo de desenvolvimento arquitetónico, ou simplesmente por necessidade, visto que nossas prioridades vão alterando no decorrer da história.

Guerras, secas, pragas entre outras catástrofes mudaram a narrativa de como a arquitetura se apresenta. Um bom exemplo é o “brutalismo”, uma arquitetura que ganha força com a destruição em massa e com a escassez habitacional, em grande parte da Europa após a Segunda Guerra Mundial. Outro exemplo são as construções japoneses, cujos arquitetos e engenheiros já acostumados a terramotos, criam sistemas de amortecimento para que os edifícios se mantenham em pé, mesmo que terramoto seja de grande magnitude.

Acontecimentos históricos tem um reflexo direto na forma como vivemos e habitamos, isto sugere que – no momento atual de pandemia, onde mal conseguimos sair de casa - teremos que repensar ainda mais nossa forma de arquitetura e sociedade.

Talvez espaços mais abertos com maior circulação de ar ou uso de materiais assépticos, de modo a tornar nossos lares mais resistentes a qualquer condicionante externa. Ainda mais importante será usar a tecnologia para construções sustentáveis e que respeite a natureza.

Enfim, talvez neste momento o segredo esteja em nos focarmos numa questão: Como gostaríamos de viver nos próximos anos?

A importância da arquitetura

A arquitetura, tal como a conhecemos, nem sempre consegue dar respostas imediatas aos problemas que a sociedade enfrenta. Ainda assim, de uma forma ou de outra ela está sempre presente, para mostrar como o mundo evolui.

Em tempos de pandemia, fachadas de edifícios e grandes monumentos tornam-se veículos de comunicação importantes em todos os países, não só para enviar uma mensagem de apoio e esperança, mas também para alertar a todos dos cuidados necessáriosa a ter neste momento.

Durante a pandemia em que vivemos,  a China, iniciou o uso desta ferramenta, que até então era usada somente para marketing. Países como, Brasil, Egito, Emirados Árabes Unidos entre muitos outros, utilizaram os mesmos artifícios, com o uso de telas de LED e super projetores, dando ainda mais vida a estes monumentos.

Por isso, não poderemos dar todos os créditos desta prática aos acontecimentos atuais, no entanto, ela lembra-nos que a arquitetura, direta ou indiretamente, foi e sempre será uma das formas mais antigas de contar a história da humanidade.

Texto: Ricardo Cavichioni

Fonte: Jornal El Pais