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Economia

Península Ibérica e Latam: Hotspots de Investimento Mútuo PART 2

Investidores latino-americanos olham para Espanha e Portugal como players europeus em busca de oportunidades na Latam. Estamos a ver cada vez mais investimentos transcontinentais com crescente interesse de investidores latino-americanos e europeus na Península Ibérica e na América Latina. Compreender a dinâmica do...
27 jul 2024 min de leitura
Investidores latino-americanos olham para Espanha e Portugal como players europeus em busca de oportunidades na Latam. Estamos a ver cada vez mais investimentos transcontinentais com crescente interesse de investidores latino-americanos e europeus na Península Ibérica e na América Latina.

Compreender a dinâmica do mercado local e os ambientes regulatórios é crucial para os investidores. Espera-se que a implementação do sistema administrativo Simplex Urbanístico em Portugal agilize estes processos, reduza atrasos burocráticos e melhore as condições para investimentos imobiliários e para o fluxo de investimento dos Investidores Internacionais e Nacionais. Portugal têm que sem alguma dúvida aumentar a sua atratividade aumentando a eficiência e a transparência com esta ferramenta e assim reduzir a sua exposição a corrupção de colarinho branco como se costuma a dizer em Portugal.

As perspetivas de curto prazo para o mercado imobiliário português a meu ver permanecem incertas devido à volatilidade económica global, no entanto as perspetivas de longo prazo são promissoras, com o sistema simplificado Simplex a revelar-se fundamental para manter a confiança dos investidores e fomentar o crescimento. Os investidores com um horizonte mais alargado, como os que operam numa base de cinco a dez anos, podem beneficiar significativamente do crescimento potencial do mercado.

Embora o mercado português não tenha sofrido o mesmo nível de reavaliação observado no Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Espanha, esta estabilidade pode ser um risco ou uma oportunidade, dependendo da evolução futura do mercado em si.

Assim sendo o mercado imobiliário português está a atrair um leque cada vez mais diversificado de investidores e a evoluir para um setor maduro e dinâmico. Após a crise financeira global e como já tenho referido em vários outros dos meus artigos, o investimento foi mínimo. Atualmente, verifica-se uma mudança notória para investimentos de valor acrescentado e oportunistas, impulsionada por taxas de juro mais elevadas e condições de crédito mais restritivas. Os principais investidores, antes dominantes, agora estão menos ativos devido aos perfis de risco-retorno desfavoráveis às taxas máximas atuais.

Por isso o maior desafio é a mobilização de capitais no contexto atual. A remar contra a maré com altas taxas de juros e um mercado global competitivo para fundos de investimento que tornaram os investidores mais cautelosos e seletivos, muitas vezes favorecendo fundos maiores e bem estabelecidos em detrimento de fundos menores e regionais.

Por isso e por diversos outros fatores o mercado português depende fortemente de capital estrangeiro, o que representa um risco dada a intensa concorrência global por fundos de investimento. A necessidade de capital externo é, por vezes, um dos maiores problemas para os promotores e investidores locais.

No atual clima de taxas de juro elevadas, os investimentos em dívida tornaram-se mais atrativos do que os capitais próprios devido aos rendimentos mais elevados alcançáveis com menor risco.
 
Mas a meu ver podemos olhar com otimismo para o nosso futuro quanto às perspetivas de longo prazo do mercado imobiliário português. Temos de nos focar na inovação e na sustentabilidade, como também na aceleração dos licenciamentos e na construção com novos métodos e materiais. Eles existem, por vezes são só questões ideológicas do passado que travam esta evolução que tanto Portugal e o seu mercado de habitação necessitam.

Não podemos abrandar no foco do desenvolvimento de novos produtos imobiliários para responder à crescente procura em vários setores. A hotelaria e o turismo são bandeiras dessa evolução e estão a ter um desempenho extraordinário neste segmento, impulsionado pela forte procura turística, e continuam a ser um foco para muitos investidores. A logística permanece resiliente e um novo mercado com os centros de dados por causa da capacidade de conexão extraordinária de Portugal está no radar de quem quer investir em Portugal. Seguem-se outras como o alojamento estudantil, self-storage, impulsionados por fortes fundamentos subjacentes e procura.

Acredito acima de tudo que Portugal está bem posicionado quando as taxas de juro estabilizarem e os conflitos bélicos terem fim a vista. Espero que o mercado assista a mais transações e investimentos, com os investidores a ajustarem as suas estratégias às novas realidades económicas e Portugal possa usufruir das suas mais valias e reter cada vez mais capital humana e os seus talentos para esta grande obra nacional de posicionar o nosso país mais a frente do que na cauda como por vezes somos vistos pelos nossos compatriotas.
 
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