O vinho da Terra dos Besteiros e a sua evolução! O Vinho do Dão!

A história do vinho do Dão remonta a séculos atrás, com evidências de viticultura na região desde a época romana. No entanto, foi durante a Idade Média que a produção de vinho no Dão começou a ganhar destaque. Foi nesta altura medieval que a região do Dão era conhecida como "Terras de Besteiros", pois eram eles os responsáveis pela proteção das propriedades reais. Nessa época, os mosteiros desempenharam um papel importante no desenvolvimento da viticultura na região do Dão, sendo responsáveis pelo cultivo de vinhas e produção de vinho. 

No século XIX, ocorreram algumas mudanças significativas na produção de vinho do Dão. Com a filoxera, uma praga que devastou as vinhas da Europa, muitas regiões vitivinícolas sofreram com a destruição das suas plantações como já tínhamos falado em outros artigos anteriores. No entanto, a região do Dão foi menos afetada em comparação com outras áreas, o que resultou no aumento da produção de vinho na região. 

A partir do século XX, a região do Dão passou por um período de renovação e modernização da viticultura. Foi em 1908 que a região do Dão foi oficialmente demarcada e estabelecida como uma região vinícola demarcada, com a criação da Comissão Vitivinícola do Dão. Essa demarcação visava garantir a qualidade e a autenticidade dos vinhos produzidos na região. 

A história do vinho do Dão é uma mistura de tradição, cultura e evolução ao longo dos séculos. É uma região que tem sabido preservar seu patrimônio vitivinícola, produzindo vinhos de qualidade que refletem pelo seu solo único da região. 

Nos anos seguintes, a região do Dão enfrentou desafios como a concorrência com vinhos de outras regiões e períodos de crise econômica. No entanto, a qualidade dos vinhos do Dão começou a ser reconhecida novamente nas últimas décadas, e a região tem ganhado destaque no mercado nacional e internacional. A região do Dão é uma das regiões demarcadas de vinho em Portugal, localizada no centro-norte do país. É conhecida pela produção de vinhos tintos de qualidade, embora também produza vinhos brancos e rosés. 

Atualmente, o vinho do Dão é apreciado por sua elegância, equilíbrio e capacidade de envelhecimento. Os produtores têm investido em técnicas modernas de vinificação e gestão das vinhas, buscando preservar a tradição e a identidade regional. 

O Dão possui um clima continental, com verões quentes e secos e invernos frios. As vinhas estão situadas em altitudes elevadas, geralmente entre 400 e 700 metros acima do nível do mar, o que contribui para uma maior amplitude térmica e influencia positivamente a maturação das uvas. Essas condições climáticas permitem que as uvas amadureçam gradualmente, resultando em vinhos com boa acidez, equilíbrio e potencial de envelhecimento. 

As principais castas tintas cultivadas na região do Dão incluem a Touriga Nacional, Tinta Roriz (também conhecida como Aragonez), Alfrocheiro Preto e Jaen (também conhecida como Mencia). Essas castas proporcionam vinhos tintos elegantes, com aromas complexos de frutas vermelhas, especiarias e notas florais. 

Para os vinhos brancos do Dão, as castas Encruzado, Bical, Cercial e Malvasia Fina são as mais utilizadas. Os vinhos brancos do Dão são geralmente frescos, com boa acidez e apresentam notas cítricas, frutas tropicais e alguma mineralidade. 

Em resumo, a região do Dão é reconhecida pela produção de vinhos tintos elegantes e vinhos brancos frescos. Seu clima continental, altitudes elevadas e castas autóctones contribuem para a singularidade dos vinhos, que têm conquistado apreciadores ao redor do mundo. 

Autor: Paulo Lopes