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Investimento no Imobiliário em Portugal Pode Chegar aos 2,7 mil Milhões em 2022

São responsáveis por estes números, o setor da hotelaria e logística por serem os ativos imobiliários mais atraentes para os investidores nacionais e internacionais, o que representa quase 90% de todo o investimento institucional em imobiliário.  A razão para este fenómeno do mercado português está na sua localização...
23 set 2022 min de leitura
São responsáveis por estes números, o setor da hotelaria e logística por serem os ativos imobiliários mais atraentes para os investidores nacionais e internacionais, o que representa quase 90% de todo o investimento institucional em imobiliário. 

A razão para este fenómeno do mercado português está na sua localização geográfica dentro da Europa, contudo longe da guerra, da incerteza, do aumento dos custos e da taxa de juro, que é da maior importância no setor do investimento imobiliário. 

É difícil dizer como vai ser em 2023, pois para isso era necessário recorrer a uma bola de cristal. Mas existem já sinais de abrandamento por haver incerteza na duração da guerra e das circunstâncias diretas e indiretas que ela pode provocar nos próximos meses nas economias do mundo. 

A crise financeira imobiliária na China é também um fator que devemos ter em conta, como a tensão entre os Estados Unidos e a China na posição geopolítica e independência de Taiwan. 

Mas existe luz ao fim do túnel que se expressa na procura pelo segmento residencial originado pela constante falta de casas. Por este motivo, não será por falta da procura que se entrará em crise. Neste segmento destaca-se a procura internacional e nacional por casas de maior valor e de qualidade superior. Mercado este que não vai abrandar, mas no qual já se prevê um grande crescimento nos próximos anos. 

Outra área onde não se vê que haja abrandamento na procura, será o arrendamento residencial em Portugal. No entanto é necessária uma reforma estrutural, legal e fiscal para que tal funcione no nosso país ao exemplo de outros países como a Alemanha, onde 75% dos residentes habitam em casas arrendadas, mas com uma política fiscal a favor de quem cria e disponibiliza habitação a terceiros. 

Não sendo esse o único problema para que o arrendamento em Portugal funcione também temos os problemas de licenciamento, impostos e outros obstáculos, que encarecem os projetos. 

Não é a falta de promotores e investidores que fazem de Portugal um país sem mercado de arrendamento. São as políticas fiscais e o facilitismo da banca para o crédito à habitação que nos prende e não nos deixa desenvolver. Porque quem compra casa está sempre preso à habitação e não pode seguir a melhor proposta de emprego, porque se seguir o emprego fica com dois encargos: casa comprada e casa arrendada. 

Por isso temos de repensar a nossa política urbana e de programas de habitação para que, no futuro, quem investe em habitação para terceiros possa ter a segurança que não fica com uma mão à frente e outra atrás. E acima de tudo que a nossa juventude possa sair de casa sem ser obrigada a adquirir casa que a vai obrigar viver toda vida num sítio no qual o emprego é escasso e mal pago. 

Este é um problema nacional e tem que ser tratado como tal pelos nossos governantes, levando a sério o que a população precisa e deixarem-se de ideologias políticas que não beneficiam ninguém, nem os filhos dos mesmos. 

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