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Energias renováveis: A chave do Investimento para um futuro da Europa com baixas emissões de carbono

Nos últimos anos tem-se assistido em Portugal ao crescimento exponencial do número de parques de energias renováveis, respondendo às pressões políticas e económicas para atingir metas ambiciosas, no que concerne à produção de energia através de fontes renováveis.
31 mar 2020 min de leitura
“Nos últimos anos tem-se assistido em Portugal ao crescimento exponencial do número de parques de energias renováveis, respondendo às pressões políticas e económicas para atingir metas ambiciosas, no que concerne à produção de energia através de fontes renováveis. A nível geral, este desenvolvimento tem-se pautado por discursos consensuais – mitigação das alterações climáticas, diminuição da dependência energética face ao exterior –, mas ao nível local e situado os conflitos tornam-se visíveis (destruição visual da paisagem, impactos nocivos nos ecossistemas rurais, nas atividades turísticas, na saúde). 

Com o Acordo de Paris, o mundo comprometeu-se a rumar a um futuro com baixas emissões de carbono. A União Europeia já estabeleceu metas ambiciosas do ponto de vista climático e, com vista a alcançar os nossos objetivos de longo prazo de descarbonização, as energias renováveis devem suprir, pelo menos, 55 % a 75 % das nossas necessidades energéticas até 2050. Estes valores são claramente um desafio, mas penso que são exequíveis. 

As energias renováveis são fundamentais para a mitigação a longo prazo das alterações climáticas e terão um papel cada vez mais importante na melhoria da segurança energética global da União. Ainda assim, é provável que continuemos a necessitar de combustíveis fósseis por algum tempo, ainda que a nossa dependência em relação aos mesmos já tenha começado a diminuir. Além dos riscos geopolíticos, os combustíveis fósseis acarretam custos externos desproporcionais para a sociedade, custos que se traduzem em danos para a saúde e para o ambiente. 

Apesar de uma redução sustentada dos preços do petróleo, que neste momento poder vir a afetar a competitividade das energias renováveis em termos de custos, as perspetivas a longo prazo para estas energias são muito favoráveis. Os custos com tecnologias assentes em energias renováveis têm vindo a tornar-se cada vez mais competitivos. Em muitos locais, as energias renováveis já estão a competir aos preços de mercado com as tecnologias assentes em combustíveis fósseis. Além disso, se os preços da energia reproduzissem melhor os impactos ambientais associados à sua produção e utilização, tais como as emissões para o ar, para a água e as alterações climáticas, a competitividade das energias renováveis suplantaria claramente a das tecnologias convencionais. 

O ano de 2019 fechou com dois meses de elevada produtibilidade renovável, tendo o mês de novembro sido marcado por mais um recorde por parte dos centros electroprodutores de Portugal Continental, que alcançaram uma produção diária nunca antes registada, de 103,1 Gigawatt-hora (GWh). Em dezembro, Portugal bateu novamente o recorde de consumo 100% renovável: no dia 18, iniciou um período ininterrupto de 131 horas, o correspondente a 5 dias e meio, em que a produção renovável foi suficiente para suprir o consumo. 

“Segundo Pedro Amaral Jorge, presidente da APREN, ao definir uma estratégia a 10 anos com objetivos quantificados para o setor elétrico renovável, o Governo português "cria as condições necessárias para atrair os investimentos e financiamentos adequados à economia nacional, rumo a um serviço de eletricidade mais barato, mais justo e com ativa participação da cidadania". 

 
Este artigo tem como principal objetivo explorar os conflitos em torno das energias renováveis em Portugal, numa altura em que fortes pressões políticas, virais e económicas têm promovido a sua expansão por forma a atingir metas ambiciosas no futuro próximo para o “INVESTIMENTO”. 

  

Texto: José Costa 

BIBLIOGRAFIA 

CE – Comissão Europeia (2007), Eurobarómetro 65.3 Energy Technologies: Knowledge, Perception, Measures. Bruxelas: CE. 

DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia (2010), Renováveis: estatísticas rápidas n.º 68. Lisboa: DGEG. 

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