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Páscoa em Portugal

Assim como em muitas outras partes do mundo, as tradições da Páscoa em Portugal são marcadas por procissões, encenações teatrais, mesas fartas e muita fé. Sendo Portugal um país onde a maior parte da população é católica a Páscoa tem uma grande importância para as famílias portuguesas onde vemos, ao longo do país, hábitos...
06 abr 2023 min de leitura
Assim como em muitas outras partes do mundo, as tradições da Páscoa em Portugal são marcadas por procissões, encenações teatrais, mesas fartas e muita fé. 

Sendo Portugal um país onde a maior parte da população é católica a Páscoa tem uma grande importância para as famílias portuguesas onde vemos, ao longo do país, hábitos e tradições únicas em terras lusitanas.  

Em todas as regiões de Portugal ocorrem inúmeros eventos religiosos que têm início no Domingo de Ramos e terminam no Domingo de Páscoa.  

Provavelmente o ritual mais usual em todo o país é o Compasso Pascal, ou Visita Pascal. 

O Compasso Pascal é  a benção dada pelo padre às casas da aldeia. O padre da paroquia, juntamente com alguns ajudantes, passa pelas ruas da aldeia com um sino para anunciar a chegada do crucifixo. Os habitantes que quiserem receber a benção, recebem os páracos em suas casas e presenteiam o grupo de fiéis com petiscos e ofertas para a paroquia.     

Como foi dito anteriormente, há inúmeras tradições que marcam esta celebração em Portugal. 

A via Sacra, por exemplo, é realizada em diversas terras nacionais - poderá alterar uma ou outra coisa - mas em todas têm em comum a fé e a homenagem a Jesus Cristo.  

A sua designação vem do Latim “Via Cruis” que significa o caminho da cruz e representa o caminho que Jesus percorreu.   

A origem desta prática é muito antiga. Consiste no caminho de Jesus até ao seu Calvário. Há registos que já no século IV os cristãos se deslocavam à Terra Santa para percorrer os mesmos caminhos. 

Hoje um pouco por todas as aldeias de Portugal é recriado este caminho. Esta prática é feita em homenagem ao martírio que Jesus sofreu.   

Para além destas tradições um pouco mais generalistas, há tradições mais específicas de algumas regiões:   

Mais a norte do país, em Braga, encontramos outro costume tradicional naquela zona. A Procissão da Burrinha, onde a imagem de Nossa Senhora é transportada, tal como o nome indica, por uma burrinha. Os habitantes efeitam as ruas da cidade com flores e luzes em homenagem a Nossa Senhora. 

Já a sul do País, no Algarve, mais precisamente em São Brás de Alportel, no domingo de Páscoa realiza-se a Procissão de Aleluia. Nesta procissão os homens da aldeia dividem-se em duas filas com tochas de flores em homenagem à ressurreição de Cristo. 

 

No Alentejo, na cidade de Castelo de Vide, a procissão é marcada pela “Benção dos Borregos”. Esta procissão tinha como objectivo, protejer os criadores de gado para que houvesse sempre fartura. No sábado à noite ocorre a Chocalhada onde os habitantes reúnem-se com chocalhos de diversos feitios e tamanhos que emitem um ruído característico.    

Em algumas freguesias da região do Minho, como em Viana do Castelo e Ponte de Lima, a Pascoa é marcada pelo Jantar do Mordomo. Todos os anos é eleito um mordomo, este paga o almoço a toda a vizinhança e transporta a cruz na procissão. 

O Enterro do Bacalhau é feito na Beira-baixa e na Beira-alta consiste num cortejo fúnebre, aconteceu pela primeira vez em 1938 e era usado como protesto pelo povo.  Este cortejo existia porque no século XVI a igreja proibia o consumo de carne ao povo, então , durante a quaresma o peixe mais consumido era o bacalhau, pois era o mais acessivel naquela altura. Daí nasceu este cortejo que servia de revolta do povo contra a igreja. 

O cortejo conta com três sermões: Vida e Morte do Bacalhau, Testamento do Bacalhau e as Exéquias do Bacalhau, que ocorrem ao som da marcha fúnebre de Chopin.  

A queima dos Judas realiza-se no Sábado de Aleluia (sábado antes ao domingo de Páscoa) à noite. Esta tradição perde-se no tempo e tem um carácter simbólico de expiação dos males e de purificação através do fogo. 

Relacionado com este acontecimento, encontramos, também, uma marcada expressão satírica das gentes locais.  

É uma festa tipicamente profana, com origem no imaginário cristão segundo o qual Judas entregou Jesus à morte, tornando-se por isso um traidor. Este costume é muito popular entre diferentes terras portuguesas.  

Outra tradição muito comum na Páscoa por todo o país é a tradição dos padrinhos presentearem os seus afilhados. Antigamente os padrinhos, como símbolo de fartura depois da Quaresma, davam de presente aos afilhados um folar. Hoje em dia ainda há quem mantenha essa tradição ou opte por oferecer amêndoas, um doce, ou até dinheiro ou um brinquedo como é mais comum atualmente.  Os afilhados, por sua vez, entregam um ramo de oliveira ao padrinho ou de violetas à madrinha no Domingo de Ramos.  

Deixando as tradições religiosas e focando-nos na mesa farta que tanto os portugueses gostam, vamos observar o que podemos encontrar nas nossas mesas espalhadas por todo o país:   

O doce típico da Páscoa é o folar, a massa pode ser doce ou salgada dependendo da zona do país. Por exemplo em Vila do Conde, o folar é sempre doce, podendo ter ou não frutas cristalizadas ou frutos secos. 

Já em Trás-os-Montes, o folar típico é recheado com carne de vitela, porco, coelho, frango, presunto ou salpicão.   

Existem também folares que são uma mistura de doce e salgado, como é feito na região das Beiras, em que o folar é temperado com canela e erva-doce mas enfeitado com ovos cozidos assados junto com a massa (com casca e tudo).  

A Páscoa em Portugal também é sinónimo de encontro familiar e de mesa farta. Na realidade em Portugal não há festa sem uma mesa bem recheada.   

Por tradição, no Domingo de Pascoa a família reúne-se e comem cabrito e carne de borrego.  

Atualmente, o mais importante para a maior parte das famílias é a reunião familiar e mesmo que o espírito católico ainda esteja presente na maior parte das casas, a Páscoa acaba por ser mais um motivo para a deslocação às terras natais para o encontro com os seus entes queridos.  

 

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