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Os preços das casas em Portugal vão começar a cair?

Os preços das casas em Portugal vão começar a cair? É a pergunta a que todos querem ter resposta nestes dias de incertezas e subidas de preços, juros e inflação. A pergunta é pertinente e têm a sua razão de ser, mas a verdade é que em vez de respostas, para já, há apenas pontos de interrogação. As taxas de juro estão a...
08 jul 2022 min de leitura
Os preços das casas em Portugal vão começar a cair? É a pergunta a que todos querem ter resposta nestes dias de incertezas e subidas de preços, juros e inflação.

A pergunta é pertinente e têm a sua razão de ser, mas a verdade é que em vez de respostas, para já, há apenas pontos de interrogação. As taxas de juro estão a subir, a inflação já cá está para ficar e os custos da crise energética fazem parte deste cenário com efeito transversal a toda a economia, o acesso à habitação torna-se, para cada um de nós e para as futuras gerações, cada vez mais difícil.

Não bastando já o cenário descrito, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou este mês passado que os preços da habitação subiram 12,9% no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período em 2021 e em relação ao trimestre anterior subiu 1.3 %. Perante tudo isto e uma falta de resposta por parte dos nossos governantes, os portugueses querem saber: será que é desta vez que os preços das casas vão começar a descer?

A não parecer, já existe uma desertificação dos centros urbanos por nacionais por não haver oferta à qual possam aceder, tanto na vertente de arrendamento como na compra. Este fator provoca um refugiar da classe média nos subúrbios das principais cidades pela impossibilidade de acederem a uma habitação nas zonas mais centrais das maiores cidades portuguesas e não só em Lisboa e no Porto.

Segundo vários artigos publicados nas últimas semanas, e também suportado pela notícia divulgada do Banco Central Português, pode haver risco de descida e redução dos preços no mercado imobiliário residencial, decorrente de alterações nas condições de financiamento, por causa da subida das taxas de juros no crédito à habitação e da maior dificuldade de aceder ao mesmo por questões de prazo e volume de entrada para ter acesso ao crédito.

Mas há uma parte muito importante nestas contas que deve ser avaliada à parte e que de certa forma suporta a ideia que não vai haver redução na procura de imóveis para aquisição, nem vai haver descida de preço no imobiliário. É que, para além da subida das taxas de juro e da inflação, temos os aumentos dos custos de construção, a falta de mão de obra qualificada, os atrasos crónicos nos licenciamentos de novos projetos pelas câmaras municipais e pelas autoridades e as mais recentes exigências na qualificação energética dos edifícios. Tudo isto só irá contribuir para o encarecimento das habitações, e não para a queda dos preços.

Com todos estes indicadores e a subida de custo de construção e a procura que não tem oferta que satisfaça a mesma, não iremos assistir, no curto prazo, a nenhuma baixa de preços. Pelo menos até ao final deste ano e em princípio até ao primeiro semestre do próximo ano.

Temos uma grande procura de imóveis por parte de Investidores Nacionais e Internacionais nos grandes centros urbanos, porque em tempos de inflação não há melhor investimento que a pedra, ou seja, o imóvel. Por isso existe uma enorme pressão um pouco por todo o país sobre a oferta de habitação e enquanto assim for os preços não irão cair. 

O problema é a falta de políticas públicas de urbanismo e de habitação. Não existem incentivos fiscais para a construção de habitação em Portugal como também não existem incentivos fiscais para uma indústria de arrendamento como outros países no centro de Europa o praticam há décadas. Há uma burocracia assassina em Portugal, conduzida por ideologias políticas que provocam estagnação e impossibilidade de evolução da sociedade portuguesa e das suas necessidades.

A resposta para a calamidade de falta de habitação a custo reduzido está nas mãos dos governantes no licenciar mais e mais rápido, para que exista concorrência e a mesma provoque diminuição do preço de habitação. Mais ainda, uma política fiscal a favor do Investimento para habitação de arrendamento a longo prazo nos centros urbanos, para que os privados que criam espaço urbano para terceiros possam usufruir de benefícios fiscais e de políticas de segurança de contrato de arrendamento ao agir com mais eficácia contra quem não cumpra com as regras do jogo, tanto o senhorio, como também o inquilino.

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