A digitalização deixou de ser apenas uma tendência para se afirmar como uma prioridade estratégica das Pequenas e Médias Empresas (PME) em Portugal. O estudo “Digitalização das Empresas em Portugal”, realizado pela GfK para a Cegid, revela que mais de um terço das PME nacionais já coloca a Inteligência Artificial (IA) e a automação no topo das suas prioridades de investimento, sinal claro de que o tecido empresarial português está disposto a acelerar a sua transformação digital.
Os números demonstram um movimento crescente: 16% das empresas inquiridas já utilizam IA diariamente, perspetivando-a como uma das principais áreas de investimento em 2025. Entre as soluções mais valorizadas destacam-se os agentes inteligentes, ferramentas capazes de potenciar análises avançadas, melhorar previsões de desempenho e reforçar a capacidade de decisão.
No caso da automação, a relevância é ainda mais evidente: 28% das PME consideram-na prioridade máxima para os próximos anos. O objetivo é claro é o simplificar e automatizar de tarefas repetitivas que atualmente ocupam, em média, cinco horas diárias por colaborador. A libertação deste tempo traduz-se em ganhos de produtividade, eficiência e capacidade de inovação, permitindo às empresas focarem-se em atividades de maior valor acrescentado.
O estudo mostra também que a jornada digital das PME se encontra em diferentes estágios de maturidade. Quase metade das empresas (49%) afirma estar “a meio do processo de transformação digital”, enquanto apenas 19% se consideram perto do fim ou já concluíram este caminho. Este dado reforça que, embora exista um avanço notório, há ainda muito potencial a explorar.
Outro fator decisivo identificado é a necessidade de apoio externo: 70% das PME reconhecem que não conseguirão realizar sozinhas a sua transformação digital, apontando para a importância de contar com parceiros tecnológicos especializados. Esta procura por suporte demonstra uma consciência clara de que a digitalização é um processo complexo, que exige não só ferramentas inovadoras, mas também conhecimento técnico e proximidade.
A aposta em tecnologias como a inteligência artificial e a automação evidencia uma mudança de paradigma no tecido empresarial português. Já não se trata apenas de acompanhar tendências globais, mas sim de garantir competitividade e agilidade num mercado em constante transformação.
Os resultados do estudo deixam uma mensagem clara: as PME portuguesas estão a assumir a digitalização como vetor central da sua estratégia de crescimento. Com a visão de tornar os seus processos mais eficientes, aumentar a produtividade e responder com rapidez aos desafios do futuro, estas empresas demonstram resiliência e ambição para se posicionarem de forma mais sólida, tanto no mercado nacional como internacional.

 
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