1 de dezembro em Portugal: A Restauração da Independência e o seu legado duradouro

No Século XVII Portugal estava sob o domínio de Espanha. Esta união ocorreu em 1580, quando o rei Filipe II de Espanha ascendeu ao trono português após a crise que levou à extinção da dinastia de Avis. Durante a União Ibérica a política em Portugal era estável mas a população não estava contente com esta união pois notava-se cada vez mais a presença espanhola nas questões internas do país o que não agradava aos portugueses. O descontentamento veio-se a agravar com o passar dos anos. No dia 1 de dezembro de 1640 a aristocracia portuguesa com o apoio de toda a população, uniram-se criando uma revolução.
A Restauração da Independência foi liderada pelo Duque de Bragança, João II. Espanha estava envolvida em conflitos internacionais, como a Guerra dos Oitenta Anos e a Guerra dos Trinta Anos e esses conflitos sobrecarregaram Espanha tanto nos recursos humanos como na atenção que dava ao nosso país, criando assim a oportunidade ideal para os portugueses se juntarem e se revoltarem trazendo de novo a independência.
Os aristocratas portugueses começaram a articular um plano para a restauração da independência. João II, Duque de Bragança, foi o escolhido para liderar o movimento.
Foi no dia 1 de dezembro, enquanto o vice-rei espanhol se encontrava fora, que as forças portuguesas realizaram a revolta em Lisboa que teve como momento alto a aclamação do Duque de Bragança a João IV de Portugal. A população apoiou entusiasticamente a sua ascensão ao trono, marcando assim o início da restauração da independência. Espanha ainda tentou reagir à revolta portuguesa, mas, a sua capacidade de resposta era fraca, uma vez que combatia em tantas frentes concedendo assim a independência a Portugal.
Por esse motivo, o dia 1 de dezembro é uma data marcante na história do nosso país. Foi um episódio crucial que moldou o destino da nação. Os Portugueses uniram-se e criaram um movimento revolucionário quebrando o domínio espanhol restaurando assim a autonomia e a identidade nacional.
Este dia é celebrado por todo o país com variados eventos, desde desfiles a manifestações cívicas. As comemorações não só recordam a restauração como também são relembrados a importância de valores como a independência e a liberdade.
Mas a realidade é que o 1 de dezembro atualmente transcende o seu contexto histórico, tornou-se um símbolo de orgulho e resiliência do país. A restauração não foi apenas um ato político mas sim de afirmação da identidade nacional e da união de um povo, uma declaração de que Portugal seria “senhor” do seu próprio destino.


Autora: Cláudia Ferreira