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No dia 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher

Este dia, ao contrário do que na maior parte das vezes acontece, não é marcado pelas flores, bombons e elogios dados às mulheres. Na verdade, e a meu ver, este dia tem duas grandes finalidades. A primeira remonta há mais de seiscentos anos, altura em que as mulheres deram início às manifestações contra a submissão e...
08 mar 2023 min de leitura
25 de Abril. Só em 1976 após a Revolução dos Cravos é que assistimos a uma verdadeira alteração política e social na legislação portuguesa não fazendo assim distinção entre o género feminino e masculino:   

“São eleitores da Assembleia Constituinte os cidadãos portugueses de ambos os sexos, maiores de 18 anos, completados até 28 de Fevereiro de 1975, residentes no território eleitoral ou nos territórios ultramarinos ainda sob administração portuguesa, assim como os aí não residentes indicados no presente diploma.”       ( Lei n.º 621-A/74.[9] O art. 1.º)  

Nos dias que correm, para a mulher portuguesa, o direito ao voto parece ser um direito “normal” ou “adquirido” desde sempre, mas analisando bem a história, e refletindo sobre esse assunto, não se passou assim há tanto tempo. O golpe de estado do 25 de Abril foi há sensivelmente 50 anos. Nos tempos em que as nossas avós estavam na flor da idade e que lhes era impossibilitado o direito de terem voz ativa, só por serem casadas, de serem valorizadas enquanto ser humano, enquanto pessoa, de poderem expressar as suas opiniões e de terem o poder de decisão, na sua vida e na da comunidade em que integravam.  

Sinceramente, pensando bem sobre o assunto é assustador, para mim, enquanto mulher, pensar que há tão pouco tempo as mulheres eram vistas como seres inferiores e não dotadas de capacidade de tomar decisões. 

Este parágrafo leva-nos à segunda finalidade, a meu ver, da comemoração do Dia Internacional da Mulher: a reflexão.  

Para mim neste dia é essencial refletirmos, especialmente nós mulheres, mas também a sociedade no seu todo, no que se passou, não há muito tempo. Pôr a mão na consciência e valorizar o que as nossas antepassadas fizeram por nós, para que hoje, possamos ser vistas na sociedade como seres pensantes, seres ativas, trabalhadoras, seres individuais e tão capazes como qualquer homem. Na verdade, somos seres humanos todos com características biológicas diferentes, mas esta diferença, segundo a minha opinião, deve ser usada como uma mais-valia e não como qualquer discriminação.   

A oficialização pela ONU como sendo o dia 8 de Março o Dia Internacional da Mulher ocorreu em 1975. Relembro que nessa altura em Portugal as mulheres casadas, ainda não podiam votar. Às vezes, esse dia é vulgarizado por muitos, mas na minha opinião, deve-se esquecer os presentes, as flores, e olhar apenas para as mulheres, não só neste dia, mas como em todos os outros, como individuo.   

Felizmente, no período da história em que vivemos, a nossa realidade é bem diferente da que falámos acima. Hoje, a mulher, pode ocupar cargos de chefia, é vista no trabalho como um “ser produtivo”, capaz, os trabalhos domésticos são divididos entre os dois sexos e as meninas podem sonhar serem o que desejarem, sem terem de enfrentar revoltas e manifestações como aconteceu em tempos que parecem muito distantes, mas na realidade, não são. Uma grande prova disso aconteceu há bem pouco tempo no nosso país. No passado dia 22 de Fevereiro, a Seleção feminina de futebol garantiu pela primeira vez na história a presença num campeonato do Mundo. Este apuramento só veio constatar o que já se sabia há algum tempo, o futebol como tantas outras coisas, deixou de ser só um desporto de homens.   

A mim, enquanto mulher, mas acima de tudo, enquanto mãe de duas meninas, fico feliz, e mais descansada por termos nascido numa época em que podemos ser livres, em que somos uma mais-valia para a sociedade, uma sociedade que nos dá a liberdade de escolha, de decisão e de sermos felizes à nossa maneira, da forma que quisermos. 

Autora: Cláudia Ferreira

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